domingo, 31 de janeiro de 2010

O Mundo em que vivemos


O mundo em que vivemos

Quando aconteceu o atentado do 11 de Setembro ouvi na televisão depoimentos de portugueses entrevistados na rua que “Isto é um problema deles, não é nosso, não temos nada a ver com isto”, “Temos pena mas é lá com eles”.

Os portuguesinhos têm uma tendência muito curiosa para saltar de certos “barcos” seguindo, erradamente e de forma ignorante, o conceito de que nós não andamos metidos em filmes de cowboys e índios, que o nosso jardinzinho à beira-mar plantado está acima de qualquer catástrofe e que ninguém nos quer mal. Só que não podemos fechar os olhos ao que se passa fora das nossas portas, sobretudo porque o futuro é cada vez mais incerto.

Não era difícil prever que um atentado daquelas proporções teria consequências devastadoras. Se o IRA e a ETA são “bairristas”, os movimentos árabes já não se contentam em fazer saltar as próprias cabeças, têm um gosto especial por “viagens” e um ódio de estimação por Israel e pelos Estados Unidos, agora alargado a Inglaterra pelas razões óbvias. Mas também sabemos que os ingleses não são para brincadeiras e quando o país de Sua Majestade, ou a paz mundial, corre perigo eles não estão com paninhos quentes e ideias de jerico, metem-se ao trabalho e mostram o que é ter sangue na guelra.

Na minha opinião, se ainda não fomos brindados com algum “presente” é porque somos mesmo o Portugal dos Pequeninos e não mandamos nada, somos mandados e eles não são parvos, são apenas criminosos experientes. E não é que não lhes esteja atravessada a nossa posição de nos colocarmos, e muito bem, ao lado dos States, só que devem ter pensado: “Portugal? Aquilo é arraia miúda e nós queremos é peixe grande”. Mas não podíamos ter feito outra coisa, afinal somos aliados de ambos os países e não podemos estar sempre de mão estendida, há que cumprir os acordos e sobretudo retribuir as ajudas, afinal sem a intervenção fundamental dos Estados Unidos e da Inglaterra na 2ª Guerra hoje andávamos ao som do “Sieg Heil” e em vez de comer Pastéis de Nata comíamos “Apfelstrudel”. Assim, podemos degustar na mesma os ditos bolinhos e, melhor ainda, podemos enfardar até à exaustão as divinas Bolas de Berlim, com e sem creme, e em vez do “Sieg” temos o som do nosso inconfundível, profundo e característico “Vai badamerda!”.

Mas afinal que pretendem os terroristas? Uma guerra entre protestantes e católicos? A independência de uma região? Mostrar ao mundo ocidental que o Alcorão é o detentor da Verdade? Não, tudo isto se baseia em mentes distorcidas, ensanguentadas, sedentas de poder, de dinheiro e de domínio absoluto. Bem tem feito Israel ao ignorar tantas críticas mundiais e defender o país como acha que tem de ser feito, até porque é óbvio que a Palestina não passa de um ponto obscuro no mapa, regido por fundamentalistas inúteis, um país que põe crianças na rua para combater e que a única cultura que lhes transmite é o ódio. Ódio, Poder e Domínio, estas são as divisas da quase totalidade do mundo árabe e de alguns grupos extremistas ocidentais e só não sabe como funcionam, e o que pretendem, quem não quer ver ou admitir.

Hoje foi em Glasgow, qual será o próximo visado ainda não sabemos, temos é a certeza de que isto é um poço sem fundo e que os dias de hoje são tudo menos pacíficos. Eu continuo a dizer que um atentado é um problema de todos nós, que temos de mostrar a estes energúmenos a máxima repulsa e a decisão inequívoca de os travar.